CONTRAMÃO DO SISTEMA: BULLYING NA IGREJA

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sábado, 10 de setembro de 2011

BULLYING NA IGREJA


Tem-se falado muito sobre bullying ultimamente, mas isso sempre existiu, é tão velho quanto o preconceito, e a intolerância, é cada vez mais visível nas pessoas e em todas as fases da vida, nos mais diversos ambientes, e porque não citar o bullying praticado contra aqueles que assumem uma religião qualquer?

Um dos grandes responsáveis pelo bullying são sim os pais, pois não preparam seus filhos para conviver com as diferenças, e acabam passando para eles os seus preconceitos, e quando estes encontram diferença em outra criança, se acham no direito de ofendê-la. É como se desde pequenos fossem instruídos a se sentirem superiores ainda que para isso, tenham que de alguma maneira rebaixar a outros.
Mas quando se fala em bullying pensa-se logo em escolas, faculdades e etc. Infelizmente também EXISTE BULLYING DENTRO DAS IGREJAS!
Poderíamos chamar de bullying cristão? Bem... O fato é que se reunirmos um grupo de crianças ou adolescentes de uma igreja para uma conversa franca e inteligente, eles revelarão as diversas vezes em que foram “Zoados”, caçoados, por seus... Irmãos em cristo!
E isto muitas vezes não é percebido pelos pais ou pelos líderes de grupo da igreja, ou até mesmo pelos pastores. Erroneamente entende-se que por uma criança, adolescente, ou jovem, estarem inseridos em um grupo na igreja, está bem recebida, e nem sempre isso é verdade!
Só a pessoa sabe o que ouve e o que vive entre seus supostos colegas de classe, ainda que esta classe seja a de uma igreja. Muitas vezes estas vítimas são obrigadas pelos pais a freqüentarem reuniões e encontros de crianças, de adolescentes, ou de jovens, que não tem o menor interesse em recebê-los, e quando o fazem, aproveitam para desdenhar deles, a ponto de causar nestes uma grande rejeição por estas reuniões, e posteriormente pela igreja também, e não são poucas as crianças que estão em uma determinada igreja apenas porque são levadas ou obrigadas por seus pais, e não são poucos os adolescentes e jovens que esperam ansiosamente completarem seus 18 anos, para saírem da igreja de seus pais, onde por vários anos foram mal tratadas por aqueles que talvez devessem ser seus melhores amigos.
A mágoa acompanha essas vítimas por anos, e a maioria dos pastores ao conversar com uma dessas vítimas de bullying nas igrejas, logo diria: “É preciso perdoar os que te ofenderam”. Sim! É verdade, mas o que é feito para impedir esta pratica dentro das igrejas já que muitos pastores nem sabem que isso acontece bem debaixo de seus narizes?
Talvez o bullying nas igrejas seja uma das justificativas para a evasão de jovens, o “Desvio” como é comumente chamado.
Quantos jovens abandonam as igrejas onde nasceram e foram criados, e “seus pastores e líderes” não fazem a mínima idéia, e nem de longe cogitam a possibilidade de ter sido por causa do bullying praticado dentro do lugar onde todos deveriam ser recebidos e apreciados independentemente de suas diferenças?
Acredito que muitos pastores e líderes cristãos estão fazendo coro com muitos professores que declaram: “A educação vem de casa”.  E que tipo de educação esta sendo dada as crianças que crescem dentro da “casa de Deus” ?
A Igreja tem realmente colaborado com a educação de alguém de alguma maneira, ou apenas recebem seres humanos em fase de formação de caráter, e os devolve a sociedade sem ter acrescentado nada a eles, e quando estes chegam a suas escolas, fazem outras vítimas, ou se isolam das demais por se sentirem desprezadas?
É bonitinho ensinar crianças as histórias bíblicas, mas elas também deveriam aprender dentro da igreja a ser gente de bem, a estender a mão e não a apontar o dedo. Mas há lideres dentro das igrejas que talvez... Sem perceber também praticam o bullying e em seguida dizem: “Foi só uma brincadeirinha, você sabe que eu te amo.” E depois dizem para os demais que presenciaram a brincadeirinha: ”Não façam o mesmo, só o pastor que pode tá”? Na escola na mesma situação o colega ao lado questiona: “Mas a senhora não está falando”? Daí, a professora responde: “Mas eu sou a professora, sou mais velha que você”. Daí eu questiono: Isso a autoriza? Até certos pais fazem isso entre seus filhos e depois não querem que eles repitam o ato entre si ou com os de fora.
Que moral eu tenho para reprovar alguém na mesma prática que eu?
Os monstros que hoje nos assolam dentro de casa, dentro das escolas, dentro das igrejas, foram criados por nós mesmos. Nossa sociedade e os princípios errados que vivemos tem gerado monstros, e depois os trancafiamos em um lugar ainda pior, achando que voltaram de lá melhores do que foram para lá. É na verdade uma tentativa de se livrar do problema, ou será que alguém acredita que penitenciarias, ou instituições para menores infratores ou criminosos podem “curar” ou educar alguém?
Há quem espere que instituições como estas façam o trabalho que a família não fez? Eu acredito que a igreja de Cristo, esta sim, deve se qualificar para ajudar neste processo. E não apenas espiritualmente, mas alcançando também outras áreas da sociedade e do indivíduo.
Algumas das lágrimas derramadas pelos pais hoje foram trocadas pela de seus filhos ontem, quando estes não foram repreendidos, ou devidamente educados, quando deixaram de receber um “não”, como resposta.
Quando estes pequenos seres humanos se vêem livres na sociedade fazem exatamente o que esperávamos que jamais fizessem,  e muitos começam cedo e em qualquer lugar, o pior é que muitos acreditam que é só... “Coisa de criança”, e que quando crescerem vão mudar, até que são surpreendidos (Ou Não) por uma reclamação do professor, do pai de uma colega de classe, do vizinho, entre outros.
Para outros quando o bullying não é apenas coisa de criança, é uma questão de “gênio”, de caráter, e dizem: “Esta aí já nasceu ruim mesmo, é de natureza”, outros dizem: ”è demônio”. Infelizmente quando muitos, inclusive cristãos; não são fatalistas ou radicais a respeito deste e de outros assuntos, são então displicentes, ou neutros como os mais irresponsáveis afirmam.
Independentemente de qual seja o motivo, isso acontece dentro da igreja também, a questão é se está sendo dada a devida importância a esta vertente do assunto, no lugar onde o mundo deveria encontrar todas as respostas, ou se dentro da igreja o bullying, é só mais um assunto qualquer sobre o qual, muitas líderes entendem que não precisam se posicionar, muito menos apresentar uma resposta.            
É difícil para um líder cristão aceitar que o bullying esteja sendo praticado; ainda que muito discretamente dentro de sua igreja, mas pode ser verdade.

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